quarta-feira, 24 de março de 2010

Cheia de opiniões


Este não é propriamente um blog de discussão de temas muito sérios ou temas que estão na ordem do dia, mas hoje tive mais uma vez a oportunidade de ouvir alguns profissionais que respeito bastante a falarem de algo que há anos que me preocupa e que só agora a sociedade despertou para tal e apeteceu-me.

Violência entre pares e bullying, para quem não sabe, não se trata da mesma coisa, mas não vou explicar, pesquisem e é se querem.

Chegámos a um ponto onde se tolera que uma criança se suicide porque é agredida de forma continuada na escola, e digo tolere porque alegadamente toda a gente sabia e não fez nada! As leis acabam por proteger quem agride quando os seus actos não têm consequências, quando nada lhes acontece. Ao contrário do que a maioria das pessoas possa pensar as crianças são cruéis umas para as outras. Irrita-me particularmente a teoria de que os agressores coitadinhos são crianças perturbadas que necessitam de ajuda. Em parte é verdade, mas eles também têm que sentir o que fazem aos outros, que os seus actos têm consequências negativas nos outros. "Ai coitadinhos, que a partir de agora têm que viver com a culpa..." É bom que isso aconteça, que sintam durante muito tempo a culpa dos seus actos e que isso os leve a parar de cometer tais actos. Todos nós temos culpa, quando andamos distraídos e achamos que são coisas de miudos e que se resolvem sozinhos. Não é bem assim. Os paizinhos devem lembrar-se que têm filhos em casa e não tamagotchis, que têm necessidades para além das básicas, têm necessidades de regras, limites, rotinas e afecto, entre tantas outras coisas (quase que pareço uma psicóloga a escrever). E parem com reformazinhas de fachada no sistema educativo e façam as coisas como deve ser. Não sei, mas se calhar dava jeito sairem do gabinete e falarem com quem vai e está nas escolas e tem que lidar com as crianças e as tem que ouvir, e depois lidar com o nó no estomago de não poder proteger devidamente. Se calhar por algum motivo é que Portual é o país da Europa com mais doentes mentais...
Já me sinto mais leve!
Serigaita L.