"A paz, para além de uma ausência, é uma inocência. É a certeza que se tem tudo o que é bom ter - mem mais (nem menos!) nada. A paz é uma abençoada ignorância que sabe a sabedoria; uma felicidade sem ambição; uma letargia activa que apanha a ela própria a deter-se e a cansar-se só com surpreender-se letárgica. (...) A Paz hardcore, indesmentível, diz respeito não só à ausência como à solidão. Nesta solidão inclui-se a sorte do verdadeiro amor, que consiste em amar quem como é e, como imerecida recompensa, ser-se também amado como se é. (...) Não há paz se houver expectativas alheias, quais aspiradores dançarinos, a sorverem-nos as energias à nossa volta; pairando como abutres ou andorinhas adiadas, esperando uma satisfação que somos nós que teremos, mais tarde ou mais cedo, de fazer." Miguel Esteves Cardoso, A Minha Andorinha
Serigaita L.
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